domingo, 29 de agosto de 2010





Só mesmo bem longe da Santa Maria da Boca do Monte pra um governo investir numa publicação de arte sequencial...
O jornalista mineiro Matheus Moura, que conheci este ano no III Seminário Nacional de Pesquisa em Cultura Visual, em Goiânia, conseguiu um incrível apoio do poder público pra publicar a coletânea A3 Quadrinhos, de 112 páginas, entre elas 48 e a capa coloridas.
Fiz uma ilustração para o editorial da revista, segundo a proposta do Matheus de criar um lugar remoto ou sombrio.

Abaixo, cito o texto do Matheus para o lançamento da revista, na página www.revistaa3.wordpress.com:

A Revista “A3 Quadrinhos” primeira edição, chega aos leitores de HQBs por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura, através do Fundo Municipal de Cultura, da Secretaria de Cultura de Uberlândia- MG. Mais uma publicação para saciar a sede por histórias de terror, aventura e ficção, com um total de nove histórias na edição de lançamento.
A capa, ilustrada por Mateus Santolouco, é referência ao thriller de horror Between the Shadows, escrita por Nando Alves e desenhada por Eduardo Cardenas, a maior dentre as histórias publicadas. Crash Test, ficção científica detetivesca escrita e desenhada por Ric Milk, com cores de Marcelo Cabral, abre a revista fazendo homenagem a filmes clássicos do gênero como Blade Runner.
Em seguida há o horror angustiante de A Praga, escrita por Bruno Bispo com traços de Victor Freundt. O veterano E. C. Nickel leva ao leitor um conto espacial intitulado Kavan -1- A longa Vigília.
Roberval Coelho narra uma trajetória por vingança na história Deus. O gaúcho Walter Pax, com auxílio no texto de Matheus Moura, traça um conto de horror nonsense em O Olho de Cthulhu. Na sequência há O.R.L.A: Operação, uma aventura por Matheus Moura com traços de Caio Majado. O publicitário e quadrinhista Rodrigo Lara ilustra Armolithus, ficção científica na tradição europeia, com texto de Matheus Moura. Para fechar a edição, Walter Klattu apresenta Zulu, uma releitura do mito da Medusa contada por Gian Danton com traços e cores de Will.
Além dos quadrinhos, três ilustrações exclusivas adornam as páginas da edição, sendo a do editorial feita por Fábio Purper Machado, a que encerra as páginas internas por Dudu Torres e a da 4ª capa por D. Ramírez.
A revista A3 Quadrinhos # 1 é editada pelo jornalista Matheus Moura e pode ser adquirida nos pontos de venda atendidos pelo coletivo 4º Mundo, lojas especializadas, com os autores e na Bodega do Leo (a maior loja virtual de HQBs do Brasil) ao preço de R$ 3,50. Mais informações pelo email: revistaa3@gmail.com e pelo blog www.revistaa3.wordpress.com
Serviço:
Revista A3 Quadrinhos # 1
Formato: 15,5×22 cm
Miolo: Papel jornal, cores e preto/branco
Páginas: 112
R$ 3,50 – já incluso o frete

No geral, as histórias citadas acima têm excelente qualidade dentro de suas propostas, mas minha preferência pessoal está com O Olho de Cthulhu, por sua interpretação ousada e belamente aquarelada da literatura de H.P. Lovecraft, com o lirismo esotérico e o nanquim preciso da Between the Shadows, e também com Kavan, A Praga e Zulu.
Aproveito esta postagem para compartilhar meu desenho, feito a nanquim e aquarela, em suas cores originais, que na impressão em papel jornal ficaram levemente escurecidas. Nele aparece um pouco da atmosfera e da forma de árvores que desenvolvi nos estudos para a história A Cria do Enforcado (ainda não publicada, com roteiro de Carlos Francisco Moraes, da revista Alexandria) e uma interpretação, com exagero da ação do tempo, de uma casa abandonada que minha colega no (Des)Esperar, Francieli Garlet, usa como referência em fotografia e xilogravura. A presença do penhasco vem da inspiração no conto de Lovecraft A Estranha Casa que Pairava na Névoa, e a do pássaro negro vem tanto do contato com a literatura de Edgar Allan Poe quanto da já citada Cria.
Este é um bom exemplo para os autores e editores que queiram publicar narrativas gráficas, e para os governos terem algo realmente interessante pra fazer com o dinheiro do povo. Já é certa a publicação da edição nº 2, mas esperemos que haja mais investimentos, tanto em futuras edições dela quanto em outras iniciativas, pois a produção brasileira de quadrinhos é grande e de qualidade, mas dificilmente valorizada por aqueles que detêm o poder para impulsioná-la.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Exposição Individual "Alegorias do Arabesco"




Entre essas terracotas, uma característica em comum é a textura criada ao amassar, com os dedos, uma porção de barro sobre a outra, durante sua construção, numa busca pela valorização da expressividade da materialidade da argila, que resulta em “esculturas-arabesco” que, com sua narratividade inspirada na literatura, na mitologia e nas histórias em quadrinhos, aludem a questões estéticas.


Em anexo, a notícia divulgada no jornal A Razão e na página da Câmara:
Exposição de esculturas ocupa a sala Eduardo Trevisan
19/08/2010 - 11:07:01

O que é o grotesco? De acordo com o linguista russo Mikhail Bakhtin, é uma dimensão carnavalesca do mundo, que liberta tudo que há de terrível para tornar-se alegre e inofensivo. É esse grotesco que o artista Fábio Purper Machado, estudante de Artes Visuais da UFSM, procura expressar em suas esculturas, que estão expostas na sala Eduardo Trevisan, no legislativo santa-mariense. “Às vezes, o mais belo é o mais sórdido, e o grotesco pode ser puro”, explica o artista. Fábio se inspirou em quadrinhos, mitologia e literatura clássica para compor suas obras.
As dez peças em exposição foram feitas em argila, e, posteriormente, levadas ao forno. Quando seco, o material é chamado de terracota, utilizado também para fabricação de tijolos. As esculturas, que recriam personagens mitológicos e literários, possuem formas peculiares e texturas ásperas, invocando o lado animal e sensível do grotesco. Então, por que o título “Alegorias do Arabesco”? “Procurei usar a palavra arabesco com uma certa ironia, para mostrar como o grotesco também pode ser bonito”, esclarece o artista.
A mostra pode ser conferida até o dia 31 de agosto, das 7h30min às 13h30min.

Texto e fotos: Gabriela Loureiro 

        

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Narratividade, HQ e Arte-Educação



Relato, nesta narrativa, situações de minha experiência no Estágio Supervisionado da Licenciatura em Artes Visuais com uma oitava série da Educação Básica da Escola Augusto Ruschi, na cidade de Santa Maria-RS. É mostrada a proposta inicial, de trabalhar questões da arte utilizando para isso a linguagem das histórias em quadrinhos, a pesquisa empreendida no intuito de solucionar o problema de sua relativa inadequação aos interesses dos educandos, e a gradual adaptação para possibilidades que melhor se relacionam a este contexto, entre elas a criação fotográfica e uma aproximação à arte pública através de intervenções no espaço escolar.

Esta narrativa foi publicada no III Seminário Nacional de Pesquisa em Cultura Visual, na UFG, em 2010.

Artigos sobre a primeira etapa desta pesquisa foram publicados no II CEAC (Congresso de Educação, Arte e Cultura) e no III SENAFE (Seminário Nacional de Filosofia e Educação), ambos na UFSM, em 2009.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Exposição coletiva "Possibilidades Poéticas" na Sala Iberê Camargo

   

Esculturas na exposição coletiva Possibilidades Poéticas 
 Sala Iberê Camargo, agosto de 2010


Mostra "Possibilidades Poéticas" no Diário de Santa MariaExposição coletiva "Possibilidades Poéticas", na Sala Iberê Camargo: Av. Presidente Vargas, próximo à Biblioteca Pública de Santa Maria. Vernissage dia 09 de Agosto, no local. Em anexo o cartaz feito por Elenise e Caue para a exposição e a notícia no jornal Diário de Santa Maria. Errata para a última: nas esculturas não foi usado gesso.