Chicago 1930 Esboço para a HQ "O Homem Cinza", argumento de Carlos Francisco Moraes
Ao mesmo tempo em que me dedico a modelar a grande figura inspirada no Quasimodo de Vítor Hugo, realizo, em pequenas proporções, a série de cerâmicas que chamo "Narrativas do Grotesco Cotidiano", que se origina da tentativa de proporcionar uma carga de narratividade oriunda da relação que alimento desde minha infância com as histórias em quadrinhos.
Parte de uma narrativa ainda sem palavras, inspirada em contos de H.P. Lovecraft.
A partir de uma pesquisa escultórica onde buscava uma valorização da materialidade da argila e do gesto do modelado, iniciei a criação de figuras que buscavam levantar questões sociais e estéticas, as Narrativas do Grotesco. Entre estas, há representações ou recriações de personagens literários, como o Quasimodo de Victor Hugo, e criações próprias, que buscam uma expressão do grotesco, esteja ela na forma, na textura ou em sua narratividade intrínseca. Wolfgang Kayser (2003) define o grotesco como uma qualidade estética que costuma se constituir em três fases: um riso ou ridículo inicial, a posterior repulsa ao feio ou assustador e, finalmente, a sensação de se deparar com o abissal, o transcendental, ou alguma conclusão estarrecedora sobre a própria vida.